terça-feira, 10 de maio de 2011

Sinceramente? Tenho medo do que as pessoas e as coisas estão se tornando. Na minha infância, só um olhar de desaprovação dos meus pais já era o suficiente pra me fazer parar de fazer o que quer de errado que eu estivesse fazendo. Música tinha letra, não era qualquer um que fazia sucesso. Zorra Total era engraçado. Usar o cérebro era mais importante do que ter o abdômen definido ou uma progressiva no cabelo. Era divertido ir a uma livraria comprar um livro e não baixar da internet e ficar sem sentir aquele cheirinho de folha nova.Namoro duravam mais do que dois meses. Prova de amor era escrever uma cartinha com dez páginas ao invés de sexo. Novelas eram boas. Ursinhos carinhosos, Bananas de Pijama, Coragem o cão covarde, Pernalonga e Cãozinhos do canil é que eram desenhos de verdade, ao invés do Ben alguma coisa. A Lagoa azul passava com uma frequência incrível na Rede Globo e hoje raramente passa e quer saber? Sinto falta. Kinder Ovo era mais barato.  Meninas brincavam de Barbie ao invés de brincarem de médico por aí. Internet não existia, e acreditando ou não, o tédio era menor. As pessoas sorriam mais. Vivia-se num ritmo mais lento, mais gostoso. Famílias almoçavam juntas no domingo. O nome de Deus não era usado tão em vão.
Existiam discotecas e não raves, onde o barato era tomar uma cerveja e depois comprar uma bala pra esconder o cheiro ao invés de drogas. Filho pensava duas vezes antes de responder um pai, hoje em dia, o pai pensa duas vezes antes de repreender um filho. Caldeirão do Huck era da hora. Era preciso muito mais do que ter estilo e ser diferente pra fazer sucesso, era preciso talento. Celular? Só depois dos 13 anos. Quem tinha videogame em casa era considerado rico. Pedofilia não estava tão na moda.  Havia vida fora da tela de um computador. Tremores de terra no Brasil era praticamente lenda. Anorexia e bulimia não tinha “apelidos” carinhosos e nem tão pouco era hábitos. Livros não eram apenas histórias de vampiros. Coisa boa era domingo de tarde, churrasquinho em casa, família reunida e Coca-cola na mesa e não ir à caça na balada. Chegar na faculdade virgem não era desespero, desespero era outra coisa. A Seleção Brasileira mostrava futebol de raça. […]
Na boa? Sinto falta pra caramba disso tudo, e você? Também sente falta?
Daiane Ester

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