terça-feira, 26 de abril de 2011

Então fez-se presente em meu cotidiano, a amarga sensação do lembrar, a curva ferida de espinhos, que mais uma vez fui obrigada a percorrer sozinha. Café da manhã, antes mesmo de dormir, um doce assobio de um passarinho qualquer, o verde meio amarelado de ontem cedo, me trás ao pensamentos todos os sons pouco interessantes que prestes estou de ouvir. Carros e seus motoristas, que embora ainda vivos, acabaram mortos pelo cansaço das seis, o arrependimento das quatro, o encontro adiado das oito. Um namoro mal acabado, o velho “disse me disse” do não querer mais, e ainda assim, continuar. Prosseguir com as tarefas mal acabadas, com o deixar para depois, que acabou sendo deixado para a última hora. É difícil olhar adiante, respirar fundo e acreditar, que por trás das nuvens cinzas de uma tarde metropolitana, ainda existe o frescor de um entardecer no campo. Ainda há motivos para crer em um final um tanto ou quanto feliz, ainda podemos encontrar drops de sorrisos em uma mercearia qualquer. Os estudos ainda andam mal, tantas tardes perdidas sobre um livro qualquer, enquanto o pensamento voava longe, a procura de um bem querer. Unhas mal feitas, coração entediado de tanto bater, eram precisos suspiros diferentes, um amor reluzente, que me fizesse acordar. Acordar, acordar, acordar… Com os olhos marejados de uma noite mal dormida, acordei, de volta a rotina, o velho martelar de um relógio ainda vivo, um peito a pulsar.  

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